segunda-feira, 29 de abril de 2013

Brincar faz bem! Verdade ou slogan de marca de sabão em pó?


Por Fernanda Nogueira - Educadora Infantil

Com raras excessões, se perguntarmos a uma pessoa qual foi a melhor parte de sua vida, a grande maioria citará a infância e sorrirá ao se lembrar de alguma peripércia. O homem adulto está estreitamente ligado ao que viveu no passado, nas suas origens.

Pois é, mas ser criança hoje é beeem diferente e essas crianças, embora tenham a mesma energia de antes, as que se alimentam direito, não se importam muito com o brincar, afinal tem videogames, TV e computador e isso já é suuuper legal pra eles e pelo que percebo, bem conveniente para os pais. Quer babá mais barata do que a tecnologia¿ Os pais trabalham e não tem tempo de acompanhar os filhos brincado nas pracinhas (sorte de quem tem uma perto aqui no Brasil) ou no playground, os encontros com primos e vizinhos são escassos...

Aí que entra com tudo a Educação Infantil e sua relevância. Por favor, não digam que seus filhos estão na “escolinha”, só se a escola for pequena rsrs. Na atualidade é a escola que provê momentos de brincadeiras e socialização para as crianças, tão privadas de espaço e segurança fora dali. E por mais que seja uma escola que se dedica apenas à Educação Infantil não significa que seja “pouca coisa”, se a escola tiver um projeto e uma preocupação real com o desenvolvimento da criança, o brincar vai ser uma prioridade. Embora essa relação do brincar com sua família, nunca será substituída, o vínculo afetivo é poderoso, por isso os pais não devem incumbir apenas a escola dessa tarefa.

Brincando a criança desenvolve muitas habilidades, pode vivenciar experiências marcantes (como bem sabemos se pensarmos na nossa infância) além de desenvolver seu corpo físico-motor. O sucesso de uma criança na escola não deveria ser medido ou esperado pela família pela habilidade precoce de ler e escrever e sim por capacidades e domínios como: ser capaz de ouvir, prestar atenção e seguir instruções, saber esperar, de comunicar claramente sentimentos, dúvidas e idéias, pensar e refletir criticamente, de ser ágil, de ter domínio sobre seu corpo, de cooperar e muitas outras. 

A brincadeira proporciona também a prendizagem integrada, uma brincadeira pode desenvolver conceitos matemáticos, linguisticos, artísticos, de planejamento, criação de estratégias isso sem contar o social, afinal a vida não é prova de matemática. É conviver com os outros, é se relacionar  acima de tudo e brincando aprende-se espontâneamente.

Até mesmo as brincadeiras que são o terror dos pais em casa, tinta, massinha, terra, são essenciais para provocarem sensações e estímulos, as experiências táteis são muito significativas para nós seres humanos.

A neurociência já provou que os estímulos que o corpo recebe são vitais para o desenvolvimento e amadurecimento do cérebro, quanto mais “acessadas” forem as diversas áreas do cérebro, mais ágeis e efecientes ficam as conexões e respostas.  

Brincando se prepara o corpo para o aprendizado formal. O tônus influência na aquisição da escrita, o brincar de faz de conta, proporciona à elas acessar emoções e vivenciar experiências que as premitem “experimentar” situações, elaborar soluções e respostas para questões internas. Se você observar um criança imitando uma mãe, uma professora, uma médica, com certeza poderá ver como ela enxerga essas figuras, pois são reproduzidas da forma como são sentidas, tudo dentro de um contexto inofensivo e significativo.

As crianças aprendem e desenvolvem a linguagem e vocabulário com mais velocidade até os 5 anos de idade, por isso as brincadeiras musicais são excelente pedida!
E mesmo que o brincar não fosse tão importante do ponto de vista de desenvolvimento cognitivo, já valeria a pena só de ver a carinha deles de alegria e satisfação a cada obstáculo superado e ouvir suas gargalhadas denunciando o quanto estão se divertindo. Uma criança que não gosta de brincar merece observação. Saia da frente dessa TV menino (a), desligue um pouco esse videogame e vá já brincar lá fora!!!! ;)

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